O Conselho Estadual de Cultura (CGE) aprovou, por unanimidade, o registro do Sururu como Bem Cultural de Natureza Imaterial, durante reunião deliberativa realizada na tarde desta quinta-feira (11), no Palácio República dos Palmares. O pedido de registro como patrimônio imaterial foi solicitado formalmente pelo professor da Universidade Estadual da Alagoas (Uneal), Edson Bezerra, e pelo estudante de mestrado Ernani Viana Neto.
Para Edson Bezerra, esta é uma conquista do povo alagoano, que possui uma cultura rica e forte e tem o sururu, que está inserido no contexto histórico do estado. “É uma vitória importante, porque o Sururu está inserido em nossa cultura. Desde o tempo dos escravos que o molusco é utilizado em iguarias. Apesar de ser encontrado em outros estados também, ele ficou mundialmente conhecido como prato típico de Alagoas”, comenta.
Após a concessão do registro, foi realizada a leitura dramatizada do documento “Manifesto Sururu”, com performance do ator alagoano José Marcio Passos. Em seguida, aconteceu o lançamento do livro “Manifesto Sururu: por uma antropofagia das coisas alagoanas”, de Edson Bezerra, obra pretende reacender as discussões sobre a identidade de Alagoas, lançado pela Editora Viva.
O Manifesto Sururu surgiu enquanto Bezerra fazia doutorado e, publicado em 2004, impactou os setores intelectuais alagoanos, inspirando ainda a realização do projeto Xangô Rezado Alto, que marcou os 100 anos do Quebra de Xangô de 1912. A iniciativa discutiu a liberdade das religiões de matriz africana, lutando ainda contra a intolerância.
Por Mariana Moura, com informações do Gazeta Web.