Nesta sexta-feira (28), os 1.200 Sem Terra que participam das ações do Dia Estadual de Luta contra a Violência e a Impunidade no Campo e na Cidade, em Maceió, Alagoas, realizaram uma marcha no centro da capital alagoana para denunciar a impunidade nos casos dos assassinatos de camponeses Sem Terra no estado.
Neste sábado (29), completam nove anos do assassinato de Jaelson Melquíades, uma importante liderança do MST do município de Atalaia.
Desde seu assassinado, os Sem Terra de Alagoas organizam-se anualmente para cobrar justiça no caso e lutar contra a violência do que consideram “os coronéis” do latifúndio, amparados pela impunidade e ineficácia do Poder Judiciário e da polícia.
Aos 25 anos, Jaelson foi morto numa emboscada quando saia de um dos acampamentos no município. Mesmo com mandantes e executor sentenciados, o caso segue impune.
“Mais uma vez marchamos nas ruas de Maceió em memória dos nossos companheiros tombados pelas mãos dos fazendeiros, e que o Estado parece esquecer. Mas seguiremos denunciando a todos a impunidade que sustenta os diversos casos de violência que registramos no campo”, destaca José Roberto, da direção nacional do MST.
O dirigente lembra ainda de outros casos de trabalhadores rurais assassinados que continuam impunes, como Chico do Sindicato, em 1995, Luciano Alves, em 2003, e José Elenilson, em 2000.
“É por esses e muitos outros que deram a vida na luta pela Reforma Agrária que continuamos em marcha e em luta permanente”, ressaltou.
Acampamento
As diversas famílias assentadas e acampadas em todo o estado estão com acampamento montado na Praça Sinimbú, e desde quarta-feira (26) realizam ações em defesa da Reforma Agrária.
Na tarde desta quinta-feira (27), os militantes ocuparam a superintendência do Banco do Brasil em Maceió. Em reunião com diversos representantes do banco, definiram prazos e uma agenda de trabalho para agilizar o processo de construção das casas em diversos assentamentos do estado a partir do Programa Nacional de Habitação Rural.
Já no município de Teotônio Vilela, os agricultores ocuparam o cartório da cidade na quarta-feira (26), pressionando para que as terras do antigo Produban, banco do estado, sejam destinadas para a criação de assentamentos rurais.
Fonte: MST