O recente protagonismo do Brasil na geopolítica internacional iniciou, a grosso modo, com a modernização efetivada pela revolução de 1930 sob a liderança de Getúlio Vargas.
Que implantou além das leis trabalhistas, a CLT, a criação das indústrias de base decisivas ao impulso industrial do País.
Esforço que implicou na visão dos interesses nacionais. Durante a Segunda Guerra mundial Vargas, com a iminência do País em combate na Europa, firmou um pacto com os EUA, uma ponte aérea militar entre Natal, Rio Grande do Norte, e Dakar, na África. Em tremenda luta dos povos contra o nazifascismo.
A contrapartida americana foi o apoio ? construção da Siderúrgica de Volta Redonda, e outros projetos.
Visando a soberania nacional, Getúlio exigiu a desativação das bases militares dos EUA ao final da guerra, especialmente no Nordeste como, por exemplo, os esquadrões aéreos de caça a submarinos alemães que infestavam o Atlântico Sul afundando navios de carga e passageiros.
O que indica autoridade política, estadismo, que surgem ? s nações em ocasiões estelares, dizia Stefan Zweig.
Juscelino impulsionou a economia nacional com a indústria automotora, cumpriu o sonho da interiorização estratégica do País com a fundação de Brasília.
Enfrentou adversários que pretendiam o País mero exportador de produtos agrícolas in natura, atrasado.
O Brasil, incluindo também as gestões do presidente Lula e Dilma Rousseff, acumulou conhecimento, tecnologia, a participação de empresas brasileiras estatais e privadas no comércio exterior.
Com o golpe de Temer, e o argumento do combate ? corrupção, o País encontra-se sob virulenta ação do Mercado financeiro, de potências mundiais, da grande mídia, com o objetivo de sustar seu protagonismo como liderança global de porte médio.
Dificultar investimentos estratégicos em educação, saúde, infraestrutura, a superação das desigualdades sociais Históricas, além de abater os direitos trabalhistas, privatizar as empresas estatais, aniquilar setores privados, todos fundamentais ? condição de ator internacional.
Como dizem Lourdes Casanova e Julian Kassum em recente publicação: o Brasil é hoje um alvo em movimento. Portanto, cabe a defesa da nação, sua originalidade cultural e civilizacional, o direito de um lugar ao sol entre os povos, a legitimidade democrática.