Em 2014, mais de 54 milhões de brasileiros foram ? s urnas para votar na presidente Dilma Rousseff (PT), em uma eleição atípica, marcada pelo alto grau de polarização, diferença de poucos milhões de votos e diante de uma ofensiva midiática que, diariamente, bombardeava a candidatura petista e estimulava o discurso de ódio na sociedade.
Todavia, desde o primeiro momento após reeleição de Dilma, as forças políticas derrotadas capitaneadas pelo então presidenciável Aécio Neves (PSDB), buscaram a todo instante inviabilizar o possível governo da petista.
Não é atoa que em 2014, fez 100 anos do nascimento de Carlos Lacerda, maior inimigo de Vargas. É dele a célebre frase, referindo-se a Vargas “Não pode ser candidato, Se for, não pode ser eleito. Se eleito, não pode tomar posse. Se tomar posse, não pode governar”. Sem dúvida Lacerda, serviu de inspiração para as raposas que conduziram o processo de desestabilização do governo Dilma.
A desestabilização supracitada deu inicio ao processo de ruptura democrática consolidado no Impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016, diante de uma frágil peça acusatória, referente ? possível crime de responsabilidade e de julgadores viciados, pautados pelo julgamento político e não jurídico.
A consolidação deste processo deu luz ao governo Temer (PMDB) que desde sua ascensão ao planalto, não mediu esforços para colocar em curso uma agenda ultraliberal, ? mercê do capital financeiro (maior financiador do golpe), contra a classe trabalhadora, a soberania nacional e todo povo brasileiro.
O pior de tudo é que tal agenda não condiz com o que foi pactuado nas urnas. Tal governo, sequer possui legitimidade para produzir políticas alinhadas ao capitalismo contemporâneo, em que a riqueza é acumulada na especulação financeira e no rentismo.
SAÍDA
Por outro lado, o ano de 2018 poderá servir como divisor de águas para que o povo brasileiro volte a eleger um programa político voltado ao fortalecimento do Estado Nacional como indutor do desenvolvimento brasileiro.
Porém, para que isso aconteça faz-se mister a necessidade da construção de uma frente popular ampla, plural, democrática e capaz de apresentar um programa político sensato para as eleições de 2018.
Ademais, precisa-se encontrar um nome legítimo e consensual para depositar a responsabilidade de enfrentar o processo eleitoral representando a frente.
É difícil acreditar que Lula não seja condenado em segunda instância. Este sempre foi o principal objetivo da articulação existente na operação lava-jato. ? Principalmente, tendo em vista que o nome de Lula lidera todas as pesquisas eleitorais.
Apesar da frágil sentença do juiz Sérgio Moro imparcial de Curitiba, que na própria sentença reconhece que não havia relação com contratos da Petrobrás, logo, tal juiz sequer competência para julgar, o ex-presidente caminha para condenação.
Logo, emerge a elaboração do plano B no campo político. Construir o programa a partir de uma análise concreta da realidade, discutindo com os campos progressistas e democráticos, alternativas para o Brasil de Temer.
Nesta seara, cabe ao PCdoB encabeçar esta articulação, junto aos demais partidos, buscando dialogar com amplos setores da sociedade em busca de um país justo, democrático e soberano. Para isso, compreender a correlação de forças, mesmo esta não sendo favorável, é tarefa fundamental nesta empreitada.
Portanto, diante do exposto, o que nos cabe é a luta. E parafraseando o sociólogo Boaventura Santos, que o otimismo da vontade seja maior do que o pessimismo da razão.