A decisão tomada na madrugada desta quinta-feira (05) pelo Supremo Tribunal Federal negando o habeas-corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Lula — uma decisão que se juntará aos grandes erros históricos do Poder Judiciário, como assinala a nota do PC do B, assinada pela presidenta Luciana Santos e pela pré-candidata ? presidência da República Manuela D’Ávila —, consolida uma situação cuja marca essencial é a correlação de forças adversa ? s correntes do campo popular e progressista.
Ou seja, a continuidade de um novo ciclo político no País, produzido pelo golpe midiático-parlamentar-judiciário que interrompeu o mandato da presidenta Dilma Rousseff — em que o mesmo STF teve papel destacado, ao convalidá-lo.
Certamente a mais contundente derrota do povo brasileiro desde o golpe militar de 1964.
Que lições tirar?
Por maior que seja a cratera aberta diante dos olhos de todos, não parece simples extrair lições que resultem na continuidade da luta de modo consequente.
Em parte significativa das forças de esquerda e progressistas, o foco ainda é a crítica mútua e a percepção de um combate imediatista, no falso pressuposto de que a desgraça do vizinho pode favorecer interesses próprios específicos.
Ou, dito de outro modo, já que o caos está estabelecido, salve-se quem puder.
Nessa concepção, como a História ensina, nossas linhas de defesa se enfraquecem, abrindo mais espaços por onde o inimigo pode seguir avançando, e mais difícil se torna reunir forças para a resistência e a contra-ofensiva posterior.
Sequer será viável impedir uma eventual tentativa de adiamento do pleito de outubro, manobra urdida nos escaninhos do Planalto, destinada a estender a vigência do governo golpista e lhe permitir avançar na agenda neoliberal regressiva.
Mas há tempo para o bom senso e o descortino político mais largo, tendo o interesse nacional e do povo em primeiro lugar.
Para resistir em defesa da democracia e unir forças em prol de um novo rumo para o País.
O Manifesto ‘Unidade para reconstruir o Brasil’, subscrito pelas fundações de estudos e pesquisas do PCdoB, PT, PDT e PSOL, e apoiado pelo PSB, esboça os termos em que essa união de forças pode prosperar.
Linha de resistência que comporta projetos eleitorais próprios de cada partido, em si mesmos legítimos, e ao mesmo tempo uma junção de forças na disputa pela presidência da República, no primeiro ou no segundo turno.
O PCdoB tem defendido essa trilha através da palavra competente, hábil e sincera da sua pré-candidata ? presidência da República, deputada Manuela D’Ávila.