A prisão do ex-presidente Lula revela-se óbvia ação contra os direitos democráticos. O julgamento do pedido de habeas corpus a seu favor e a sua negação em um Supremo Tribunal Federal dividido indicam que existe também na Suprema Corte do País uma aberta batalha pela democracia no Brasil.
O que estamos assistindo, inclusive no STF, é um confronto de concepções opostas sobre o que diz a Constituição de 1988, entre a sua flexibilização em prol de um Estado autoritário cada vez mais presente e o efetivo respeito ? sua interpretação.
A carta maior da nação foi um pacto celebrado por amplos setores da sociedade, com a participação da população brasileira.
Na sessão do STF acompanhada por toda a nação e os olhos e ouvidos da opinião pública mundial, alguns ministros se agigantaram com os seus votos apesar da violenta pressão, violenta é a palavra definitiva, da grande mídia global que é parte essencial da escalada autoritária antinacional e antidemocrática em curso.
Destaca-se, entre outros, o voto do ministro decano Celso de Mello, uma excepcional aula de Direito penal e constitucional, que lembra os momentos históricos do Direito nativo e internacional, honrando as grandes lições da advocacia e da justiça em toda sua trajetória.
O Brasil sofre, já faz alguns anos, uma Guerra Híbrida que é na verdade um sucedâneo da Guerra Fria, mas de igual ou maior periculosidade, com agressões e subversões contra os povos e os Estados nações.
A Guerra Híbrida vem se mostrando poderosíssima, instrumentalizada pela grande mídia global, pela revolução tecnológica e a cibernética com seus desdobramentos na internet, através das redes sociais propagadas como nova face das liberdades individuais, da informação democratizada.
Mas os fatos atuais, as denúncias sobejamente comprovadas mostram sua manipulação pelas grandes potências e os interesses do Mercado financeiro rentista.
Fomentam delírios galopantes, esgarçamento da sociedade, ódios incontidos, caracterizando uma guerra psicológica cujos alvos são a democracia, as liberdades políticas e individuais, a união do tecido social, a desconstrução do patrimônio nacional etc.
Mas o Brasil é inevitável em sua integridade física, na sua civilização tropical, original e promissora, na irredenta vocação pelas liberdades políticas do seu povo.