O ataque dos Estados Unidos contra a Síria com o lançamento de 103 mísseis de última geração foi na verdade mais um espetáculo midiático, embora caracterize gravíssima agressão contra uma nação e sua população que já vive uma guerra cruenta de 7 anos. O próximo alvo será, como todos já sabem, o Irã.
Pouca gente acredita na justificativa norte-americana das “armas químicas” para lançar contra Damasco poderosos artefatos, interceptados em mais de dois terços pela defesa antiaérea Síria, equipada com sistema antimísseis de fabricação russa, um tremendo revés militar para os EUA.
Esse pretexto já foi utilizado outras vezes, como na invasão contra o Iraque, revelando-se depois uma grande farsa montada pelo governo dos Estados Unidos, com apoio maciço da grande mídia internacional.
A diferença atual é que a Rússia recuperou seu protagonismo de potência global, perdida com a debacle da extinta URSS e o período de Boris Yeltsin, além da meteórica ascensão da China como força de primeira grandeza na economia mundial e seu inquestionável arsenal bélico, atômico, que rivaliza com a Rússia e os EUA.
O ataque ? Síria tem outros fatores como a política doméstica norte-americana, onde se trava uma guerra furiosa pelo poder desde a eleição de Donald Trump, histriônico e estabanado bilionário que derrotou Hillary Clinton, candidata do Mercado financeiro associado ? grande mídia.
O fato é que a geopolítica mundial se alterou profundamente desde a entronização da Nova Ordem e a hegemonia unipolar dos Estados Unidos durante boa parte do segundo milênio. Vivemos hoje os tempos de uma Nova Guerra Fria com ingredientes cibernéticos que os especialistas chamam de Guerra de 4a geração.
Os ataques contra os Estados nacionais começam pela desestabilização econômica, cultural, as “polarizações induzidas”, a fratura do espírito de pertencimento, identidade social em comum na sociedade.
É o caso do Brasil onde as instituições da República estão ? deriva e, através da grande mídia e do Mercado rentista, fomenta-se o ódio delirante e galopante.
Destroem a vida democrática, sequestra-se o sentimento nacional, semeiam a desorientação social, o narcisismo político, a ausência de rumos.
Torna-se urgente resgatar a união do povo brasileiro e a democracia, em uma das maiores ameaças da sua História.