O incêndio que devasta o Museu Nacional é uma tragédia de consequências irreparáveis para a história e para a cultura brasileira. Vinculado ? Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) o Museu Nacional é uma instituição autônoma, integrante do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ e vinculada ao Ministério da Educação, que foi criada por D. João VI, em 6 de junho de 1818.
No acervo de mais de 20 milhões de itens que está sendo consumido pelo fogo estão parte da nossa história, desde a época do Brasil Império. Um acervo histórico, arqueológico, antropológico, etnográfico e de História Natural relevante e reconhecido internacionalmente. Entre eles o mais antigo fóssil humano já encontrado no país, batizada de “Luzia”, parte da coleção de Antropologia Biológica; a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Dom Pedro I, maior coleção egípcia da América Latina, com múmias intactas dentro de seus sarcófagos; a coleção de arte e artefatos greco-romanos da Imperatriz Teresa Cristina; as coleções de Paleontologia que incluem o Maxakalisaurus topai, dinossauro proveniente de Minas Gerais; além de uma biblioteca com obras raras, entre outros itens.
A Cultura, a Ciência, a memória do nosso país estão de luto. Choramos todos por uma tragédia que poderia ter sido evitada. Há meses o Museu Nacional pede socorro. No ano em que completa seu bicentenário se depara com a cruel falta de recursos que impediu seu funcionamento e sua manutenção. O corte irresponsável nos recursos destinados ? Cultura decretou o destino do Museu Nacional que não tem recebido os repasses devidos, reflexo da política econômica de Temer e seus aliados, que congelou os investimentos pelos próximos 20 anos e não tem nenhum compromisso com a pesquisa, com a ciência ou com a história.
Hoje nos somamos ao lamento de um país, nos solidarizamos com pesquisadores e trabalhadores do Museu Nacional e reafirmamos a importância de seguir lutando pela nossa cultura, pela popularização dos nossos museus como elemento estruturante na construção da nossa identidade como indivíduos e enquanto povo; de seguir lutando para construir um país que coloque sua cultura como prioridade, como chave para a elevação, para o progresso e para o desenvolvimento.
Luciana Santos, deputada federal PCdoB/PE e presidenta da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura