Um novo ano começou e com ele o governo Bolsonaro inicia seu mandato. Trata-se do início de um novo ciclo político no país, com duração ainda indefinida, e do fim do ciclo aberto com a eleição de Lula em 2002.
É importante observar que o fenômeno das eleições de 2018 e a nova conjuntura que ela consolidou, ocorre nos marcos de uma profunda crise do capitalismo, que se arrasta desde 2007, e do que se pode considerar como esgotamento do caráter que a globalização financeira assumiu nas últimas décadas.
Duas dimensões da política neoliberal estão sob contestação em escala global: a crise econômica e suas brutais consequências nas condições de vida das pessoas, com crescente desemprego e empobrecimento e a chamada agenda indentitária, o multiculturalismo, que instrumentalizou a luta por direitos civis e outras pautas sociais e ambientais.
Economistas de diversas matizes apontam para o aprofundamento da crise econômica, possivelmente ainda em 2019. Ocorre que uma parcela cada vez menor concentra extraordinários níveis de riqueza, enquanto cada vez mais pessoas empobrecem, em um processo de superacumulação de capitais e rapina das riquezas nacionais.
Essa política se escancarou nos últimos anos no Brasil. Imerso em profunda crise, o país tem tido seu patrimônio dilapidado e os direitos dos trabalhadores relativizados, enquanto se preserva a política econômica neoliberal em benefício do setor financeiro.
Outra questão é que o tipo de dominação que caracterizou a globalização financeira também encontra seus limites. Os partidos e o mundo da política, em sentido mais amplo, identificados com a decadência do próprio sistema sofrem forte rejeição popular.
Por outro lado, o aprisionamento das lutas sociais e populares em torno de esquemas ideológicos a serviço do mercado, transformando históricas reivindicações e movimentos em instrumentos de fragmentação do tecido social, desconectados dos anseios reais das maiorias e muitas vezes em contraposição a eles, não só tornou tais movimentos e organizações incapazes de representar e liderar amplas maiorias em torno de bandeiras comuns, como também os dotou de forte rejeição popular.
Está em curso uma disputa sobre os rumos do capitalismo e das sociedades, em que uma nova ordem tenta surgir ao explorar as limitações que caracterizaram a globalização financeira até aqui. É preciso entender que o Brasil faz parte desse processo, sem isso continuaremos enxergando apenas a aparência do fenômeno e cegos para sua essência.Ano novo e novos governos. Trata-se do início de um novo ciclo político no país, com duração ainda indefinida, e do fim do período aberto com a eleição de Lula em 2002.
É importante observar que o fenômeno das eleições de 2018 e a nova conjuntura que ela consolidou, ocorre nos marcos de uma profunda crise do capitalismo, que se arrasta desde 2007, e do que se pode considerar como esgotamento do caráter que a globalização financeira assumiu nas últimas décadas.
Duas dimensões da política neoliberal estão sob contestação em escala global: a crise econômica e suas brutais consequências nas condições de vida das pessoas, com crescente desemprego e empobrecimento e a chamada agenda indentitária, o multiculturalismo, que instrumentalizou a luta por direitos civis e outras pautas sociais e ambientais.
Economistas de diversas matizes apontam para o aprofundamento da crise econômica, possivelmente ainda em 2019. Ocorre que uma parcela cada vez menor concentra extraordinários níveis de riqueza, enquanto cada vez mais pessoas empobrecem, em um processo de superacumulação de capitais e rapina das riquezas nacionais.
Essa política se escancarou nos últimos anos no Brasil. Imerso em profunda crise, o país tem tido seu patrimônio dilapidado e os direitos dos trabalhadores relativizados, enquanto se preserva a política econômica neoliberal em benefício do setor financeiro.
Outra questão é que o tipo de dominação que caracterizou a globalização financeira também encontra seus limites. Os partidos e o mundo da política, em sentido mais amplo, identificados com a decadência do próprio sistema sofrem forte rejeição popular.
Por outro lado, o aprisionamento das lutas sociais e populares em torno de esquemas ideológicos a serviço do mercado, transformando históricas reivindicações e movimentos em instrumentos de fragmentação do tecido social, desconectados dos anseios reais das maiorias e muitas vezes em contraposição a eles, não só tornou tais movimentos e organizações incapazes de representar e liderar amplas maiorias em torno de bandeiras comuns, como também os dotou de forte rejeição popular.
Está em curso uma disputa sobre os rumos do capitalismo e das sociedades, em que uma nova ordem tenta surgir ao explorar as limitações que caracterizaram a globalização financeira até aqui. É preciso entender que o Brasil faz parte desse processo, sem isso continuaremos enxergando apenas a aparência do fenômeno e cegos para sua essência.