A atual conjuntura política do país exige das forças democráticas e populares uma grande união em defesa do Estado Democrático de Direito, do desenvolvimento nacional soberano e dos direitos e garantias fundamentais em torno de uma frente capaz de galvanizar diversas correntes políticas contrárias ao governo Bolsonaro.
Para que isso ocorra é necessário a construção de uma agenda democrática que tenha por objetivo apresentar outro projeto de país tendo como compromisso construir uma sociedade livre, justa e solidária, como determina a Constituição Federal de 1988.
Neste sentido, frente ampla não pode ser compreendida apenas como retórica. Pelo contrário, é a grande ferramenta possível e concreta para superar o pensamento autoritário e o discurso antidemocrático que, nos últimos anos, assumiram patamar inimaginável em nossa sociedade.
Urge ressaltar que a formação de uma frente política das forças heterogêneas não se limita aos grupos mais ? esquerda. Ou seja, tal construção precisa superar os paradigmas existentes e buscar a união de maneira ampla, consequente e não sectária. É preciso seguir os ensinamentos do ex-presidente Lula quando, durante a entrevista “Lula por Lula”, afirmou que a arte da política é conversar com os contrários.
A agenda neoliberal implementada por Michel Temer e seguida por Jair Bolsonaro cumulada com o projeto de poder da operação da Lava Jato, produziram profundos ataques a conquistas civilizatórias. O que se observa é a flexibilização dos direitos trabalhistas, a tentativa de desconstitucionalização da previdência social e a mercantilização dos direitos e garantias fundamentais do indivíduo contra o arbítrio do estado.
Sendo assim, é preciso compreender que a defesa da Constituição Cidadã precisa ser a principal bandeira de luta do campo democrático e popular capaz de aglutinar as forças possíveis para mudar o atual cenário. Não há democracia sem o devido respeito a carta maior.
A boa notícia é que a fragilidade do governo Bolsonaro impulsiona a união entre os democratas do país. Foi assim nas manifestações em defesa da educação e na greve geral de 14 de junho.
Portanto, o momento exige amplitude e união. É preciso superar as divergências pontuais existentes em prol da defesa da Constituição. Além disso, faz-se mister fomentar a luta unificada em detrimento da resistência fragmentada.
Unidos venceremos.